sexta-feira, 15 de julho de 2011

Torta de Inhame

Torta de Inhame

Ingredientes: 1 kg de inhame paraíba, um buquê de Couve-Flor, páprica e sal
Modo de preparo: 1. Cozinhar o inhame no vapor; 2. Tostar levemente a couve em buquês no azeite e temperar com páprica e sal; 3. Amasse o inhame numa travessa e cubra com a couve-flor al dente. Sirva quente.
Comentários do Chef:
O inhame é um rizoma. O inhame é uma raiz na culinária da etnia tupiniquim e no cotidiano de vários povos africanos… faz parte da alimentação cabocla do Brasil profundo… o inhame conecta as várias matrizes ancestrais de diferentes culturas. Dos bulbos do inhame partem outras raízes, conectando nossas origens ancestrais.
Tantas são as conexões que o inhame realiza quanto são os sentidos de uma Autogestão Raízes.
Há uma Autogestão Raízes, inhame paraíba, conectando o ponto de partida ao ponto de chegada – a autogestão é o meio e o fim de toda vivência libertária, o rizoma habita todo o percurso autogestionário. Só me lanço numa vivência autogestionária se for autogestionário já no ponto de partida.
Outra Autogestão Raízes, inhame-terra-úmida, mantêm o propósito coletivo, o bem-comum, mas reconhece a individualidade e a diferença – cada inhame é singular. Cada inhame tem sua fibra, sua casca, sua forma, sua liga, sua brancura, sua aspereza, sua negritude, seu peso, seu cheiro. A autogestão raízes mantém a diferença singular do indivíduo.
O inhame da Serra da Rajada produz uma Autogestão Raízes que conhece suas origens, sua ancestralidade, seu passado, e por isso é livre – uma autogestão assim sabe de seus propósitos iniciais, mantém um comprometimento com suas raízes libertárias; sabe aonde quer chegar, mas fundamentalmente, sabe de onde partiram seus propósitos primeiros. Faz de seu ponto de partida o seu ponto de chegada.
O robusto inhame amanamanha gerou essa Autogestão Raízes: as raízes fixas da autogestão, as suas origens, os seus propósitos inicias, não impedem a flexibilidade das práticas autogestionárias – é possível transitar flexivo sobre outras formas de viver a autogestão, mesmo tendo uma raiz fixa em nossas origens. Essa fixidez das raízes da autogestão não impede a liberdade das pessoas e dos grupos libertários produzirem novos rizomas, novas conexões. Um rizoma se conecta a outros rizomas, produzindo outros devires.

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